Top 5 filmes de 2023 do Facínora
A safra cinematográfica foi boa, especialmente considerando uns indies de alta qualidade.
Adicionado a 31 de dezembro de 2024 por Facínora.Neste artigo, temos os top 5 filmes de 2023 do Facínora, com trailers, sinopses e informações diversas a respeito das melhores obras cinematográficas, em vídeo e em texto, na opinião deste que vos fala. Trata-se de um costume do Bolonha Club, trazer o que a Sétima Arte trouxe no final do ano anterior como uma forma de recomendação pra você ter algo minimamente decente para assistir aí. Ah! Esta listagem dos cinco melhores filmes vai ser a primeira no site do VaLeW, ao invés do Bolonha Club.
Ao contrário dos anos anteriores, 2023 trouxe uns muito bons nomes, alguns em um nível de qualidade sem precedentes nas últimas décadas. E a minha seleção foi não intencionalmente bem diversificada — temos de kaiju e animações nostálgicas a produções biográficas e profundos temas filosóficos e humanitários — mas não resolvi listar estes títulos pela variedade, e sim por que gostei deles mesmo.
Como é de costume, trouxe duas menções honrosas. O primeiro é o Evil Dead Rise, o aterrorizante capítulo da icônica franquia de Sam Raimi, dirigido e roteirizado por Lee Cronin, que traz novos elementos e um cenário distinto. Já o drama biográfico Tetris, dirigido por Jon S. Baird e estrelado por Taron Egerton, mergulha no intrigante universo da criação de um dos jogos mais famosos e importantes do mundo.
Já The Super Mario Bros. Movie é uma colorida aventura animada dirigida por Aaron Horvath e Michael Jelenic que conquistou ao explorar o Reino dos Cogumelos com humor e nostalgia. Godzilla Minus One, de Takashi Yamazaki, trouxe o lendário kaiju como plano de fundo de uma incrível e envolvente história de honra e superação humana, enquanto BlackBerry, dirigido por Matt Johnson, traça a ascensão e a queda de um dos dispositivos móveis mais marcantes da história com uma abordagem inteligente e bem-humorada. O intenso Nefarious, dirigido por Chuck Konzelman e Cary Solomon, mistura terror psicológico com questões éticas e filósofo-teológicas, enquanto The Sound of Freedom, de Alejandro Monteverde, emociona ao retratar uma luta corajosa contra o tráfico humano.
A seguir, temos o 18º Cine Clube Bolonha de Cinema, o programa do Bolonha Clube a respeito de filmes, séries e outras paradas do gênero:
Algumas músicas de fundo usadas no vídeo são de Karl Casey @ White Bat Audio.
Agora, vamos a cada um dos filmes listados, com mais informações, sinopses e trailers.
Menções honrosas
Evil Dead Rise
Evil Dead Rise (A Morte do Demônio: A Ascensão) é um filme de terror sobrenatural americano escrito e dirigido por Lee Cronin. É uma produção independente e o quinto capítulo da série de de filmes Evil Dead. O elenco conta com Lily Sullivan e Alyssa Sutherland como duas irmãs afastadas que tentam sobreviver e proteger sua família dos deadites. Morgan Davies, Gabrielle Echols e Nell Fisher (em sua estreia no cinema) aparecem em papéis coadjuvantes.
Embora não seja um filme que me marcasse tanto e tampouco seja algo que eu assistirei novamente, resolvi mencionar o Evil Dead Rise por ser parte de uma franquia que gosto muito e pelo filme trazer novos elementos, como estabelecer que existem três Necronomicon: o original, o do remake de 2013 e esse de 2023. Esqueci de falar no vídeo, mas estes três livros são aqueles que estão num cemitério do Army of Darkness, onde Ash se depara com três Necronomicon e não sabe qual é a que ele deve pegar. Há também um clima mais sério, algo que a série Ash vs. Evil Dead fugiu totalmente, e uma pontinha quase imperceptível do Bruce Campbell.
Sinopse
Um reencontro familiar se transforma em uma jornada de pesadelo quando um alfarrábio maligno desperta forças demoníacas incontroláveis. Neste visceral capítulo da franquia Evil Dead, os horrores se afastam do ambiente rural e invadem o caos urbano, levando os personagens a situações de sobrevivência extrema, explorando os laços familiares diante do terror absoluto.
Trailer
P.S.: tem mais um trailer deste filme aqui.
Tetris
Tetris é um filme de suspense biográfico baseado em eventos reais sobre a corrida para licenciar e patentear o jogo de videogame Tetris na Rússia, no final da década de 1980, durante a Guerra Fria. Foi dirigido por Jon S. Baird e escrito por Noah Pink. O elenco principal conta com Taron Egerton, Nikita Efremov, Sofia Lebedeva e Anthony Boyle. A trama segue Henk Rogers, da Bullet-Proof Software, que descobre o jogo em uma feira de eletrônicos. Determinado a obter os direitos para consoles portáteis da Nintendo, ele viaja entre Japão, Estados Unidos e Rússia para vencer batalhas legais pela propriedade do game.
Embora eu não seja muito fã dessa turma do Tetris, não posso negar que é um trabalho importantíssimo e sem precedentes, e isso é muito bem retratado no filme. Os personagens são bem construídos, a trama envolvente e o tema é certamente interessante para fãs de videogames, e não apenas os de tabuleiro.
Sinopse
Nos bastidores de um dos jogos mais amados de todos os tempos, Tetris revela os dramas e perigos que envolveram a sua comercialização. A história segue Henk Rogers (Taron Egerton), um visionário que enfrenta uma batalha legal contra corporações poderosas e o regime soviético para levar o jogo ao público global. Misturando política, espionagem e paixão, o filme realmente capta o espírito inovador da década de 1980 e a determinação de um homem disposto a arriscar tudo pelos seus objetivos.
Trailer
The Super Mario Bros. Movie
The Super Mario Bros. Movie (Super Mario Bros. O Filme) é o filme de comédia e aventura animado americano baseado na franquia de videogames Mario da Nintendo. Produzido pela Universal Pictures, Illumination e Nintendo, e distribuído pela Universal, o filme foi dirigido por Aaron Horvath e Michael Jelenic (em sua estreia na direção de longa-metragens) e escrito por Matthew Fogel. O elenco de vozes conta com Chris Pratt, Anya Taylor-Joy, Charlie Day, Jack Black, Keegan-Michael Key, Seth Rogen e Fred Armisen. O filme apresenta uma história de origem para os irmãos Mario e Luigi, encanadores ítalo-americanos que se separam após serem transportados para outro mundo e acabam envolvidos em uma batalha entre o Reino dos Cogumelos, liderado pela Princesa Peach, e os Koopas, liderados por Bowser.
Nostalgia pura e também sem dúvidas interessante para fãs de games, este filme captura a essência da franquia com cenários deslumbrantes e uma narrativa que mescla humor e aventura, apesar do Jack Black, que é sempre um peso negativo (e bota peso nisso) em praticamente qualquer coisa em que esteja presente. A animação combina aventura, comédia e nostalgia, homenageando a icônica franquia de videogames da Nintendo, mas o que me comprou mesmo foi a referência ao The Super Mario Bros. Super Show.
Sinopse
Os irmãos Mario e Luigi, dois encanadores ítalo-americanos, ao tentar consertar um grande vazamento de água, acabam sendo sugados por um misterioso cano que os transporta para mundos diferentes. Enquanto Mario chega ao encantado Reino dos Cogumelos, governado por Princesa Peach, Luigi se encontra em uma terra sombria dominada pelo tirânico Bowser. Com a ameaça de Bowser pairando sobre o Reino dos Cogumelos, Mario embarca em uma jornada cheia de desafios, ao lado de aliados improváveis, para proteger o reino e encontrar seu irmão.
Trailer
Godzilla Minus One
Godzilla Minus One (ゴジラ-1.0, Gojira Mainasu Wan, no original) é o épico japonês de kaiju escrito, dirigido e com efeitos visuais de Takashi Yamazaki. Este é o 37º filme da franquia Godzilla, o 33º produzido pela Toho e o quinto da era Reiwa. Ambientado no Japão do pós-guerra, o longa tem como protagonista Ryunosuke Kamiki, que interpreta um ex-piloto kamikaze sofrendo de transtorno de estresse pós-traumático após encontrar um monstro gigante conhecido como “Godzilla”. O elenco de apoio inclui Minami Hamabe, Yuki Yamada, Munetaka Aoki, Hidetaka Yoshioka, Sakura Ando e Kuranosuke Sasaki.
Apesar de não ser entusiasta de kaiju, de tanto falarem no Godzilla Minus One, resolvi assistir. Não me arrependi. Com uma abordagem introspectiva e visuais espetaculares, apesar do baixo orçamento, Takashi Yamazaki cria um filme que transcende o gênero, oferecendo uma reflexão sobre o custo da sobrevivência em tempos de crise. É interessante que a obra, ao contrário do que tem saído de Hollywood, tem princípio, meio e fim. Não é daquelas coisas desconjuntadas que parecem editadas inúmeras vezes para agradar bandos distintos de otários. Os personagens são bem construídos também, fazendo você se simpatizar com todos, algo igualmente raro hoje em dia. Vale dizer que é uma obra muito mais sobre honra, solidariedade e superação humana em meio a desesperadoras adversidades do que um filme de monstro, ficando o Godzilla muito mais como um plano de fundo, talvez um símbolo da destruição, do que o foco central da narrativa.
Sinopse
Godzilla Minus One se passa no Japão pós-Segunda Guerra Mundial, onde a nação, devastada pelo conflito, enfrenta uma nova e aterrorizante ameaça: Godzilla, uma criatura colossal que surge para testar os limites da humanidade. Em meio a esse cenário, um ex-piloto de kamikaze, assombrado pela culpa e pelo passado, precisa encontrar forças para confrontar tanto o monstro quanto seus próprios demônios internos.
Trailer
BlackBerry
BlackBerry é o filme canadense de comédia dramática biográfica dirigido por Matt Johnson a partir de um roteiro escrito por Johnson e o produtor Matthew Miller. É uma adaptação livre do livro Losing the Signal: The Untold Story Behind the Extraordinary Rise and Spectacular Fall of BlackBerry, de Jacquie McNish e Sean Silcoff. O filme é um relato dramatizado sobre a criação da linha de celulares BlackBerry pelos cofundadores Douglas Fregin e Mike Lazaridis, além do investidor Jim Balsillie. Lazaridis é interpretado por Jay Baruchel, Balsillie por Glenn Howerton e Fregin pelo próprio Johnson. O elenco de apoio conta com Rich Sommer, Michael Ironside, Martin Donovan, Michelle Giroux, SungWon Cho, Mark Critch, Saul Rubinek e Cary Elwes.
Não sei por que cargas d’água resolvi assistir BlackBerry. Pode ter sido por gostar desses negócios que ficam contando como negócios famosos se desenvolveram, não sei, só sei que me surpreendi positivamente demais. A princípio, achei que estava assistindo a um esquete de Hermes e Renato ou algo com valor de produção na casa de uns pedaços de barbante e um pouco de talco, mas isso não prejudica em nada a qualidade do filme, que é bem-humorado, inteligente, não apelativo (embora tenha uns palavrões e tal) e envolvente. É repleto de referências a games e cultura pop, e não de uma forma forçada e retardada, o que acaba trazendo nostalgia. Do elenco, só conhecia o Michael Ironside, mas ele aparece pouco. Já Jay Baruchel e Glenn Howerton entregam performances marcantes em um drama que é tenso, irônico e profundamente humano. Matt Johnson interpreta um personagem que algumas vezes é simpático, enquanto em várias outras dá vontade de moer ele na porrada. No filme, pelo menos, ele parece com o Mateus do canal Assombrado.
Sinopse
BlackBerry retrata a ascensão meteórica e a queda dramática da Research in Motion (RIM), a empresa por trás do icônico smartphone BlackBerry. Ambientado em um período de revoluções tecnológicas, o filme explora as dinâmicas entre seus fundadores, o visionário Mike Lazaridis e o excêntrico Douglas Fregin, e o impetuoso co-CEO Jim Balsillie. A história se desenrola em meio a inovações, rivalidades corporativas e decisões arriscadas, culminando na pressão implacável da concorrência, como o lançamento do iPhone. Com um olhar crítico sobre as complexidades do mercado tecnológico e os desafios de equilibrar criatividade com ambição, o filme revela como a RIM dominou o mercado global, apenas para perder tudo em meio à rápida evolução da indústria.
Trailer
Nefarious
Nefarious é o filme independente americano de terror e suspense escrito e dirigido por Cary Solomon e Chuck Konzelman, baseado no romance A Nefarious Plot, de Steve Deace, publicado em 2016. O longa é estrelado por Jordan Belfi, que interpreta um psiquiatra encarregado de avaliar se um prisioneiro no corredor da morte (Sean Patrick Flanery) está fingindo sua suposta possessão demoníaca.
Outra agradável surpresa. Estava com preguiça de assistir Nefarious pela sinopse e por aparentar ser de baixo orçamento, o que de fato é. Tipo, nas últimas décadas, filmes de terror muito pobres são geralmente inassistíveis, ao contrário do que era na década de 80, quando mesmo quando eram uma porcaria, tinham um certo charme tosco que acabava envolvendo. Também achei que ia ser um daqueles terrores bestas pretensiosos com narrativas abstratas, eventuais jump scares e outros vícios modernos. Mas Nefarious não é nada disto, e já te prende desde o início, mesmo sem ação nem efeitos especiais, só com dois caras interagindo, na maior parte do tempo. Não sei exatamente também o que me fez assistir à obra. Talvez pelo Sean Patrick Flanery — que conheço das séries O Jovem Indiana Jones e Dead Zone e filmes como Boondock Saints e Born a Champion — e/ou pela falta do que fazer. Só sei que no fim valeu muito a pena. Algo que me chamou muita atenção foi que quem lidou com o tema demonologia em Nefarious manja do riscado, não era nenhum palpiteiro ou “esotérico” de plantão. A atuação de Flanery é também decerto um destaque, intensa e excepcional. Merecia um Oscar.
Sinopse
Durante uma avaliação psiquiátrica, um preso condenado à morte alega ser possuído por uma entidade maligna, levando o psicólogo cético a um intenso confronto de crenças. Em meio a diálogos filosóficos e reviravoltas, o filme provoca reflexões profundas sobre moralidade e livre-arbítrio, enquanto mantém o espectador em constante tensão.
Trailer
The Sound of Freedom
Sound of Freedom (Som da Liberdade) é o filme de drama e suspense americano dirigido e coescrito por Alejandro Monteverde e estrelado por Jim Caviezel, Mira Sorvino e Bill Camp. Caviezel interpreta Tim Ballard, um ex-agente do governo dos EUA que embarca em uma missão para resgatar crianças de traficantes sexuais na Colômbia. Foi produzido por Eduardo Verástegui, que também desempenha um papel no filme. O enredo gira em torno da Operation Underground Railroad (O.U.R.) de Ballard, uma organização antitráfico sexual.
Com certeza o melhor filme de 2023 e uma das melhores coisas que assisti nos últimos tempos. A obra tem uma longa duração, mas acabei achando pouco. A vontade era de ficar no cinema para assistir mais. Apesar de nada explícito, graças a Deus, o filme é bem tenso, o que reforçado pelo elenco competente, com especial destaque ao Jim Caviezel, que não apenas passa ao espectador toda a carga dramática do que está enfrentando, como também a segurança de um homem preparado, determinado a cumprir a missão que se dispôs a realizar.
Sinopse
Inspirado em uma história real, este drama segue Tim Ballard (Jim Caviezel), um homem que abandona sua carreira no governo para combater o tráfico humano. Sua missão o leva a resgatar crianças em situações de extremo perigo, em uma luta repleta de sacrifícios e coragem. O filme é uma homenagem à resiliência e à esperança, deixando uma mensagem duradoura de justiça e empatia.
Trailer
Bom, terminamos.
A safra de 2023 no que tange os filmes foi até boa. O que me chamou a atenção é que os meus preferidos foram todos filmes independentes, de baixo orçamento. Talvez uma saída para o cinema no futuro seja apostar em títulos menos caros mesmo, onde os diretores e roteiristas possam colocar suas ideias em prática com menos interferência dos produtores e grandes estúdios. Tipo, quando apostam muito, a cobrança é maior, e como esses caras são burros, acabam avacalhando o resultado final.
Bom, não estou falando também que tudo precisa ser feito com trocado roubado de mendigo de porta de paróquia, só que talvez filmes de menor orçamento possam ter resultados melhores.
De qualquer maneira, espero que eu possa ter indicado alguma coisa boa para você assistir aí. Se valew a pena, deixe aí nos comentários. Se achou ruim, comente também.
Abraços!
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Visão geral
- Visualizações: 9
- Categoria(s): Análises, Artigos
- Desenvolvedor e/ou publisher: Bolonha Club
- Marcador(es): Cine Clube Bolonha de Cinema, Cultura pop, Filmes, Trailer
- Postado por: Facínora